Família e Adolescência
Os tempos mudaram e as famílias também. A individualidade, a falta de convivência, o proibir é proibido, são traços marcantes da nova cultura familiar. A tradição de reunir a família para as refeições, cada dia que passa, parece ser uma tarefa cada vez mais difícil. O ambiente competitivo do capitalismo nos obriga, comer fora de casa , no quarto conectado a internet, na sala diante de aparelhos de TV. Telas brilhantes, encantadoras e mágicas. Conectados com o mundo, contudo, desconectados do convívio familiar. Precisamos retomar o bom e velho relacionamento com nossos filhos(a), de outra forma, colheremos os frutos podres da individualidade de uma sociedade imediatista e consumista.
É indiscutível
a importância do papel das famílias na promoção, controle e
manutenção do desenvolvimento de nossos adolescentes. Segundo a
historiadora e psicanalista Elisabeth Roudinesco, ela afirma que no
inconsciente dos pais , existe um desejo, que seus filhos(a), sejam
ao mesmo tempo que idênticos, diferentes deles. A adolescência é
uma das fases mais ricas da vida humana. Repleta de aprendizagens e
experimentações. O adolescente nessa etapa, precisa ser observado
pela família, sem ser desrespeitado e ouvido sem ser julgado. É
portanto, um período de de construção da identidade e sobretudo,
a transição do indivíduo da infância, para a vida adulta.
Mudanças
significativas, importantes, intensas, biológicas, psicológicas e
sociais acontecem nessa fase turbulenta, porém singular, do ciclo
natural da vida humana. Da condição de dependência, para a
autonomia. Do controle externo, para o autocontrole. É nesse cenário
de evolução e mudanças, que se outorga a responsabilidade natural
das famílias. Na educação, orientação, controle de hábitos,
valores individuais e coletivos de uma sociedade exigente,
esclarecida e marcada por direitos e deveres subjetivos.
Temos
cinco parâmetros importantes e norteadores que influenciam na
formação de nossos jovens. O estado, religião, mídia, escola e a
família. É dever do estado, contudo, é função intransferível
das famílias incentivar, acompanhar, participar de forma efetiva da
vida escolar dos seus filhos(a). A parceria família e escola, é
primordial para o sucesso, crescimento e desenvolvimento sócio e
educacional de nossos jovens, que hoje, adolescentes, amanhã
cidadãos do mundo. E não simplesmente, transferir essa
responsabilidade para professores(a) e instituições educacionais de
ensino, que já trazem consigo, uma sobrecarga excessiva de
atribuições.
Segundo
a psicologia positiva, as famílias em parceria com as escolas, são
convidados a estabelecerem relações de afeto e de estímulos ao
gerenciamento das energias e capacidades, habilidades e talentos de
nossos filhos, no sentido de criar nesses jovens, uma consciência
ambiental, social, cultural e política. Portanto, atribuições
importantes, exigidas pela sociedade e necessárias para o
enfrentamento dos desafios contemporâneos da vida moderna. Drogas,
violência, criminalidade, desemprego, falta de qualificação
profissional, combate a pobreza, direito a saúde, lazer, alimentação
e educação de qualidade. São desafios da contemporaneidade para
minhões de crianças e jovens do nosso Brasil e do mundo. Políticas
públicas que precisam ser implementadas, fiscalizadas e exigidas o
seu comprimento. É notório e de conhecimento geral, que esses
direitos são muita das vezes, negados a infância e a juventude. E
cujo os efeitos sociais, psicológicos e danosos, somente se
manifestarão na sociedade, nas gerações futuras.
Os nossos
jovens estão mais politizados, informados, interativos e plugados em
movimentos e causas sociais, conectados com a preservação do meio
ambiente e digitalizados com a sustentabilidade.
Portanto,
acredita-se que o estudo da psicologia do desenvolvimento, tenha
contribuído de forma significativa para a compreensão, interação
e aprendizagem dos processos físicos, psicológicos ,
comportamentais e cognitivos que acontecem com ser humano nas
diferentes fases do ciclo da vida. Teóricos como Piaget , Vygotsky e
Wallon, ajudaram a nortear o entendimento dos fatores que
influenciaram o desenvolvimento humano, a exemplo do inatismo,
ambientalismo e interacionismo.
Em
vista dos argumentos apresentados a cerca do papel da família, da
importância da formação e conservação dos bons costumes, hábitos
e valores. Da construção de papéis sociais e dos desafios da
contemporaneidade, fica o legado e a compreensão mais aprofundada,
para todos nós, profissionais da educação, sobre essa fase
singular, rica em descobertas e experimentações, que é o
adolescer. A partir dessa nova visão da psicologia positivista, o
ensinar e o aprender, ganha um novo significado. Precisamos rever
nossas práticas pedagógicas e construirmos uma educação
diferente, dinâmica, significativa, interessante, encantadora e de
qualidade para nossas crianças e adolescentes do Brasil e do mundo.
Referências:
Lopes
de Oliveira, M. C. S. (2006). Identidade, narrativa e desenvolvimento
na adolescência: uma revisão crítica. Psicologia em Estudo, 11,
427-436.
Yunes,
M. A. M. (2003). Psicologia positiva e resiliência: o foco no
indivíduo e na família. Psicologia em Estudo, 8,75-84.
https://books.google.com.br/books?isbn=8571107009
LA
TAILLE, YVES DE; OLIVEIRA, MARTA KOHL DE. Piaget.Vygotsky.Wallon:
teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo : Summus.
http://coral.ufsm.br/lec/02_00/Cintia-L&C4.htm
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