sexta-feira, 22 de dezembro de 2017


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                            Família e Adolescência


Os tempos mudaram e as famílias também. A individualidade, a falta de convivência, o proibir é proibido, são traços marcantes da nova cultura familiar. A tradição de reunir a família para as refeições, cada dia que passa, parece ser uma tarefa cada vez mais difícil. O ambiente competitivo do capitalismo nos obriga, comer fora de casa , no quarto conectado a internet, na sala diante de aparelhos de TV. Telas brilhantes, encantadoras e mágicas. Conectados com o mundo, contudo, desconectados do convívio familiar. Precisamos retomar o bom e velho relacionamento com nossos filhos(a), de outra forma, colheremos os frutos podres da individualidade de uma sociedade imediatista e consumista.

É indiscutível a importância do papel das famílias na promoção, controle e manutenção do desenvolvimento de nossos adolescentes. Segundo a historiadora e psicanalista Elisabeth Roudinesco, ela afirma que no inconsciente dos pais , existe um desejo, que seus filhos(a), sejam ao mesmo tempo que idênticos, diferentes deles. A adolescência é uma das fases mais ricas da vida humana. Repleta de aprendizagens e experimentações. O adolescente nessa etapa, precisa ser observado pela família, sem ser desrespeitado e ouvido sem ser julgado. É portanto, um período de de construção da identidade e sobretudo, a transição do indivíduo da infância, para a vida adulta.

Mudanças significativas, importantes, intensas, biológicas, psicológicas e sociais acontecem nessa fase turbulenta, porém singular, do ciclo natural da vida humana. Da condição de dependência, para a autonomia. Do controle externo, para o autocontrole. É nesse cenário de evolução e mudanças, que se outorga a responsabilidade natural das famílias. Na educação, orientação, controle de hábitos, valores individuais e coletivos de uma sociedade exigente, esclarecida e marcada por direitos e deveres subjetivos.

Temos cinco parâmetros importantes e norteadores que influenciam na formação de nossos jovens. O estado, religião, mídia, escola e a família. É dever do estado, contudo, é função intransferível das famílias incentivar, acompanhar, participar de forma efetiva da vida escolar dos seus filhos(a). A parceria família e escola, é primordial para o sucesso, crescimento e desenvolvimento sócio e educacional de nossos jovens, que hoje, adolescentes, amanhã cidadãos do mundo. E não simplesmente, transferir essa responsabilidade para professores(a) e instituições educacionais de ensino, que já trazem consigo, uma sobrecarga excessiva de atribuições.

Segundo a psicologia positiva, as famílias em parceria com as escolas, são convidados a estabelecerem relações de afeto e de estímulos ao gerenciamento das energias e capacidades, habilidades e talentos de nossos filhos, no sentido de criar nesses jovens, uma consciência ambiental, social, cultural e política. Portanto, atribuições importantes, exigidas pela sociedade e necessárias para o enfrentamento dos desafios contemporâneos da vida moderna. Drogas, violência, criminalidade, desemprego, falta de qualificação profissional, combate a pobreza, direito a saúde, lazer, alimentação e educação de qualidade. São desafios da contemporaneidade para minhões de crianças e jovens do nosso Brasil e do mundo. Políticas públicas que precisam ser implementadas, fiscalizadas e exigidas o seu comprimento. É notório e de conhecimento geral, que esses direitos são muita das vezes, negados a infância e a juventude. E cujo os efeitos sociais, psicológicos e danosos, somente se manifestarão na sociedade, nas gerações futuras. 

Os nossos jovens estão mais politizados, informados, interativos e plugados em movimentos e causas sociais, conectados com a preservação do meio ambiente e digitalizados com a sustentabilidade.
Portanto, acredita-se que o estudo da psicologia do desenvolvimento, tenha contribuído de forma significativa para a compreensão, interação e aprendizagem dos processos físicos, psicológicos , comportamentais e cognitivos que acontecem com ser humano nas diferentes fases do ciclo da vida. Teóricos como Piaget , Vygotsky e Wallon, ajudaram a nortear o entendimento dos fatores que influenciaram o desenvolvimento humano, a exemplo do inatismo, ambientalismo e interacionismo.

Em vista dos argumentos apresentados a cerca do papel da família, da importância da formação e conservação dos bons costumes, hábitos e valores. Da construção de papéis sociais e dos desafios da contemporaneidade, fica o legado e a compreensão mais aprofundada, para todos nós, profissionais da educação, sobre essa fase singular, rica em descobertas e experimentações, que é o adolescer. A partir dessa nova visão da psicologia positivista, o ensinar e o aprender, ganha um novo significado. Precisamos rever nossas práticas pedagógicas e construirmos uma educação diferente, dinâmica, significativa, interessante, encantadora e de qualidade para nossas crianças e adolescentes do Brasil e do mundo.


Referências:
Lopes de Oliveira, M. C. S. (2006). Identidade, narrativa e desenvolvimento na adolescência: uma revisão crítica. Psicologia em Estudo, 11, 427-436.
Yunes, M. A. M. (2003). Psicologia positiva e resiliência: o foco no indivíduo e na família. Psicologia em Estudo, 8,75-84.
https://books.google.com.br/books?isbn=8571107009
LA TAILLE, YVES DE; OLIVEIRA, MARTA KOHL DE. Piaget.Vygotsky.Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo : Summus.
http://coral.ufsm.br/lec/02_00/Cintia-L&C4.htm






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