sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Filosofia na Educação






FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

Para contextualizarmos as atribuições da educação na sociedade de classe, se faz necessário conhecermos o homem no cenário otológico da história da humanidade. O homem é diferente de todos os seres orgânicos e inorgânicos, ele precisa produzir sua própria existência. Através da ação criativa e ativa, ele se adapta, transforma a natureza e o meio em que vive e desta forma, produz e reproduz a vida.

Quando o homem transforma o meio ou a natureza, ele também sofre transformação através do processo de exteriorização. E através dos saltos otológicos qualitativos, surge o trabalho como fator de socialização do homem. Agora o homem é uma ser social e arquiteto de sua própria formação. O trabalho executado pelo homem é diferente do produzido pelos os animais. Os animais constroem somente o necessário para si e sua cria. O homem, por sua vez, faz uso da sua capacidade teleológica e da prévia ideação para obter melhores resultados nos processos de objetivação de seus projetos epifenômenos.

O homem não só transforma a natureza mais ajuda a construir o mundo dos homens na dialética da objetividade e subjetividade da história segundo Marx. Os economistas, políticos clássicos e o ideário liberal, acredita-se que o surgimento das trocas esteja ligado à capacidade humana de produzir excedente. Com a Revolução Industrial, aconteceu a mudança dos novos processos de manufatura, de artesanal para máquinas, com isso aconteceu uma superprodução. Favorecendo o aparecimento do capitalismo.

Na obra de Marx, o capital, a alienação e a exploração do trabalho, forma predominante de troca, é criticada por ele como sendo a divisão do trabalho, uma forma de alienação, não permitindo o trabalhador pensar sua produção, não se identificar e nem ter a posse do produto produzido. As chamadas relações de interdependências. Segundo Adam Smith, o homem é egoísta propenso a troca, sendo portanto a mesma, um dos fundamentos da sociabilidade humana. No neoliberalismo a concepção ideológica de sociedade capitalista se apresenta como sendo composta por indivíduos igualmente livres e emancipados que acumulam bens por força de sua capacidade empreendedora e portanto, justificando as diferenças e desigualdades de posses pelas diferenças de talento e de empenho.

Desta forma, ocultando a violência mascarada que sustenta historicamente e estruturalmente a exploração do trabalho pelo capital. Nas décadas de 80 e 90 a ideia massificada na sociedade de consumo era da qualidade. Nos dias atuais o status do indivíduo é medido pela quantidade dos produtos que ele pode comprar. A chamada de sociedade dos descartáveis. Precisamos romper com os pensamentos prontos e imediatos sem esforços de construção teóricos.

 Após o surgimento da propriedade privada e do aumento dos meios de produção, a história da humanidade tem sido de lutas de classes e que atualmente vivemos no modo de produção capitalista, baseado na extração de mais-valia, na exploração, na competição e na concorrência, a educação, acaba contribuindo para a reprodução do modelo desta sociedade dominante. Nossa sociedade é uma sociedade gráfica, isto é, baseada na escrita. Saber ler e escrever significa ter acesso a um mínimo de sociabilidade, ter um mínimo de autonomia individual. A escrita foi inventada há mais de 6.500 anos e um bilhão de pessoas ainda não sabe ler e escrever.

No Brasil, ainda temos cerca de 18 a 20 milhões de analfabetos, sem contar com os analfabetos funcionais. Segundo Mészáros, a educação atual tem duas funções principais na sociedade capitalista. A primeira é produção das qualificações necessárias ao funcionamento da economia. Segunda é formação de quadros e a elaboração dos métodos para um controle político. Para Gramsci, a educação tem uma função conservadora na configuração, disseminação e reprodução da ideologia e na preservação do poder das classes dominantes. Já para Marx, a educação perde seu sentido que é a formação integral do ser humano, quando aceita a reprodução da hierarquia social implantada pelo capital.

 Portanto, acredita-se que as atribuições a educação no contexto das sociedades de classe, forme, qualifique, esclareça, conscientize, seja hegemônica, teleológica e que através dos saltos ontológicos de qualidade, das contradições, das lutas e antagonismos de classes, tenha o papel essencial da educação que é a formação de valores e o desenvolvimento de habilidades que contribuirão para as relações interpessoais emancipadoras.

 Carlos Araújo Pedagogia Maranguape-2017


 REFERÊNCIA: MARINHO, Cristiane Maria; FURTADO, Elizabeth; MOURA, Epitácio Macário; COELHO, Maria Hercilia Mota. Filosofia da Educação. Unid. 03 e 04-63-109p. 2ª Edição. Publicação do Sistema UAB/UECE. Fortaleza. 2010.

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